Jon M Chu é um diretor Americano que gosta de matizar cada trabalho que dirige. Começou a dirigir curtas e alguns vídeo clips no início dos anos 2000 e teve sua primeira chance no cinema com Ela dança, eu danço 2 em 2008. De lá pra cá os filmes que ele escolheu comandar foram os mais variegados possíveis. Em 2013 comandou G.I.Joe – Retaliação, depois realizou o fraco Jem e as Hologramas em 2015, deu uma exagerada legal em Truque de mestre o 2º ato em 2018, impressionou a muitos com o acima da média Podres de ricos em 2018 e, na minha opinião apresentou o seu melhor trabalho em 2024 com Wicked, que narra a história de como as bruxas má e boa do mundo encantado de Oz se conheceram. Como eu citei no título dessa matéria, Wicked é um filme certo lançado em uma época errada. Certo porque é uma das produções mais caprichadas desse ano aonde tudo funciona. E errada porque foi entregue a uma geração que ainda não está sabendo valorizar uma produção desse porte.
Para o elenco principal atores veteranos e novatos se misturam em perfeita amálgama cinematográfica em um visual de encher os olhos. A famosa Cantora Ariana Grande não faz feio ao ser uma das protagonistas e parece que está interpretando a sí mesma. A segunda protagonista é a excelente atriz Cyntia Erivo, advinda das excelentes produções As viúvas e Harriet cuja interpretação lhe rendeu uma indicação ao Oscar de melhor atriz em 2020. Na ala dos veteranos podemos encontrar Jeff Goldblum do clássico A mosca de 1986 e dos recentes filmes da cinessérie Jurassic Park e a maravilhosa atriz Michelle Yeoh do clássico O tigre e o dragão, 007 o amanhã nunca morre e do recente Tudo em todo lugar ao mesmo tempo. Wicked é uma produção que não cansa, pelo menos para quem gosta de conhecer bem mais sobre novos mundos cinematográficos em suas quase 3 horas de duração. 2 horas e 40 minutos para ser mais preciso. E esse tempo foi apenas a primeira parte.
O diretor Jon M Chu quando percebeu a riqueza do material que tinha em mãos após o término das filmagens teve o bom senso de dividir essa história em 2 filmes para não prejudicar o resultado final. A primeira parte estreou hoje, 21 de novembro nos cinemas do mundo e a segunda parte deverá chegar em novembro do adjunto ano de 2025. Mas, para que isso possa vir a se concretizar, Wicked vai ter que se sair muito bem nas bilhaterias. Espero que eu esteja errado, mas acho muito difícil do retorno financeiro dessa produção, por mais qualidades que ela possua, ser o que a Universal esteja esperando. Qualidades, essa produção tem de sobra, mas eu não acho que todos os fãs da cantora Ariana Grande irão conseguir dar conta do recado. Espero que eu esteja errado.
O roteiro de Wicked foi escrito por Winnie Holzman das interessantes séries noventistas Minha vida de cão e Once and again e do mega sucesso Jerry Maguire – A grande virada, da inconstante Dana Fox de Cidade perdida, Belas e perseguidas e Cruella e Gregory Maguire estreando como roteirista para a tela grande.
Não tem como uma produção dessa magnitude não usar muito efeitos especiais gerados por computador, mas, segundo a produção foram usados apenas o necessário para que as coisas não parecessem muito artificiais. E esse importante detalhe é realmente notório durante todo o filme. A Universal não poupou esforços na construção dos cenários e Wicked com certeza deve receber indicação aos Oscar de figurino, efeitos e maquiagem. Se tal fato não acontecer, será uma das maiores injustiças dos últimos anos na história das indicações da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood. Um outro ponto que faz com que essa produção tenha o mínimo de insuspeição possível é o não uso de playback por parte das atrizes principais. E isso pode ser perfeitamente descrito nas palavras da própria atriz Cynthia Erivo: ““Nós escolhemos cantar ao vivo porque isso significava que estaríamos conectadas com as palavras que estávamos cantando, e entre nós duas.”
Wicked é baseado em um famoso musical teatral da Broadway que já vendeu milhões de dóalres em ingressos e em 2023 se tornou o 4º espetáculo mais longevo da Broadway com mais de 7.000 apresentações e mais de 20 anos em cartaz, superando a famosíssima Cats de Andrew Lloyd Webber. Já foi encenado em mais de 100 cidades espalhadas pelo mundo, inclusive aqui no Brasil.
Em resumo, Wicked nos leva através da música a uma jornada sobre amizade, acolhimento, bullying, inveja e algumas pitadas de politicagem, tentando nos mostrar que o certo e o errado depende do lado em que estamos e que a bruxa má , às vezes não é tão má assim.
Minha nota para esse filme é: