O mundo do cinema é uma eterna montanha-russa de comparações, adaptações, aproveitamentos e cópias que raramente são melhores que a original. Mesmo não tendo gostado muito de Anora, novo filme comandado pelo diretor e redator Sean Baker, um diretor o qual não sou muito fã, mas seus trabalhos têm chamado a atenção de Hollywood nesses últimos anos, como é o caso de Projeto Flórida. No elenco os poucos conhecidos Mikey Madson do último exemplar de Pânico e Era uma vez…em Hollywood que é merecedora de todas as indicações e prêmios que recebeu, e o menos conhecido ainda no mercado Americano, o ator Russo, Yura Borisov, do interssante AK-47 A Arma que Mudou o Mundo. Justamente por ser….digamos Uma Linda Mulher ao avesso é que Anora se torna uma produção interessante e tem boas chances no Oscar desse ano.
Anora foi indicado a 6 Oscars na premiação desse ano: Filme, Diretor, Atriz principal, Ator Coadjuvante, Roteiro Original e Edição. É o próprio diretor Sean Baker quem assina o roteiro, que mesmo o comparando a ter os mesmos moldes de Uma Linda Mulher, é o seu ponto de vista único que o faz ser original. E mesmo que não ganhe nenhum dos prêmios no Oscar, o que duvido que aconteça, Anora já ganhou tantos outros prêmios nas várias premiações ou agremiações espalhadas pelo mundo que já o tornaram vencedor. Senão, vejamos alguns: A Associação dos Críticos de Boston o elegeu nas categorias de melhor filme, roteiro original, diretor e atriz. Vencedor de melhor elenco e melhor atriz no BAFTA, que é o Oscar da Academia Britânica de Cinema desse ano. Melhor filme do ano pelo Critics Choice Awards. Ganhador da Palma de Ouro em Cannes nesse ano de melhor filme e vencedor do DGA que é a Associação de Diretores dos Estados Unidos na categoria de melhor direção.
Outro aspecto interessante em Anora é o uso do humor que Sean Baker gosta de utilizar em suas produções para tentar a conexão com o público jovem e aproximá-los dos problemas abordados nos filmes comandados por ele. Mas bem que Sean Baker poderia ser um pouco mais sucinto nessa produção, pois suas 2 horas e 19 minutos são um pouco prejudiciais e tornam o filme um pouco cansativo, pois o filme demora um pouco a “engatar” e isso prejudica um pouco a absorção total.
Sean Baker trabalha bem o contraste onde ele mostra o longínquo mundo dos muito ricos, andando lado a lado com a precariedade extrema em situações que são perfeitamente plausíveis no mundo de hoje. Principalmente em um país com a realidade econômica e capitalista dos Estados Unidos da América. E é justamente nesse contraste aonde se encontram as melhores passagens desse filme.
Mesmo sem ter o final que esperamos, Anora merece os prêmios e as indicações que receberam até certo ponto. Com algumas falhas pontuais, afinal, ninguém é perfeito, Anora tem boas chances de cair nas graças da Academia e conseguir levar pra casa os prêmios de Roteiro Original e Edição no Oscar desse ano.
Eu gosto de afirmar que o diretor Sean Baker tem um estilo cômico diferente nos filmes que dirige. Mas tem, sem dúvida um ponto de vista singular, que melhora a cada produção que comanda.
Minha nota para esse filme é:
Quero assistir!!!!!!
Quero muito assistir