Começando a nossa crítica de hoje com um famoso dito Galês que tem tudo haver com o filme analisado: “Eu não acredito em bruxas. Mas que elas existem, existem.Presença, o novo filme do inconstante diretor Steven Soderbergh que esse ano já nos entregou um ótimo filme, o inesperado Código Preto (https://loucoporcinema.com.br/?p=1186) , nos surpreende mais uma vez com um suspense diferente, ousado e que nos faz refletir sobre diversas ramificações a cerca do tema central abordado: A presença ou não de espíritos em nossas vidas.

Roteirizado por David Koepp do primeiro Missão:impossível, Homem-Aranha e do recente e muito bom Código Preto, Presença nos conta uma história sobrenatural sobre uma casa mal-assombrada e a família recém chegada a ela. Aposto que você está pensando: Mas isso eu já vi em inúmeras outras produções. Sim, é verdade, mas eu nunca tinha visto, até então, a narrativa sob a perspectiva da entidade e não dos vivos. Tudo feito de um ângulo só, sem praticamente quase nenhum efeito visual e apenas com um cenário, que é a casa habitada por essa entidade. Um filme que em 85 minutos consegue dar seu recado, e muito bem dado, diga-se de passagem. O único outro filme que me lembro a também usar essa ideia é a produção Sombras da Vida em 2017.

O elenco principal é formado por: Lucy Liu de Kill Bill, Chris Sullivan de A Lei da Noite, Kallina Liang muito bem em seu 2º trabalho para o cinema, Eddy Maday em seu primeiro trabalho para o cinema e o pouquíssimo conhecido West Mulholland de Colheita Sombria. Ou seja, um bom nome conhecido para vender bem a produção e um elenco secundário de ótimos e baratos atores juntamente com um ousado e diferente roteiro não poderia dar outro resultado senão um dos melhores lançamentos do ano, até agora.

E lá vem ele chegando, o famigerado mas. Mas, infelizmente Presença não é um filme para todo público e vai dividir opiniões durante a sua trajetória tanto nos cinemas quanto nos streamings. Mas, eu vos digo que o cinema está precisando de filmes diferentes assim, que nos tire das mesmices que os estúdios nos empurram goela abaixo. É fato que o público gosta de receber tudo bem mastigado e quando recebe um filme diferente, tende a criticar e reclamar. Presença tem, ao mesmo tempo, um roteiro simples e complexo mostrando situações pelas quais toda família já passou: favoritismo parental, drogas, problemas financeiros, tudo isso é bem abordado durante o curto e exato tempo de projeção de Presença.

Outro ponto bastante interessante em Presença, é a racionalidade da “entidade” que está na casa para cumprir uma missão a qual só é revelada no início do 3º ato tendo seu clímax revelado apenas nos 10 minutos finais e com um lindo final, sem exageros, sem violência, sem os clichês que mais fazem a maioria dessas produções cair na mesmice de sempre sem inovar em absolutamente nada. Ainda bem, esse não é o caso de Presença.

Tenho certeza que a ideia de Presença será bastante copiada nesses próximos e vindouros anos. Por isso, fica a dica para o público que gosta de ideias novas e originais: assistam o quanto antes essa produção para depois não o compararmos com roteiros inferiores que irão tentar desafiar a inteligência do público.  Um filme normal tem em sua projeção centenas, senão milhares de cortes abruptos, Presença tem apenas 33 cortes abruptos e pouco menos de 100 em sua totalidade e foi filmado em apenas 3 semanas e com apenas 1 cenário. Quem é estudante de cinema e se interessa por produções diferentes, não pode perder esse filme no cinema.

Minha nota para esse filme é:

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