Steven Soderbergh é um dos diretores mais inconstantes do cinema moderno. Com mais de 50 trabalhos em seu curriculum, Soderbergh já nos entregou trabalhos maravilhosos, medianos, ruins e péssimos. Também já anunciou sua aposentadoria algumas vezes, mas sempre volta para fazer raiva quando deveria fazer falta e falta quando deveria fazer raiva. De suas realizações memoráveis temos: Sexo, Mentiras e Video-tape que foi o filme que o tornou conhecido para o mundo. Kafka, Erin Brokovich, Traffic – Ninguém sai limpo e a trilogia dos 11, 12 e 13 homens. Seu mais novo filme, que acredito ser seu primeiro no gênero da espionagem, Código Preto, é uma grata surpresa em um começo de ano bastante irregular em termos de qualidade, pois a maioria dos filmes que está em cartaz ainda são produções lançadas pelo mundo no ano passado.
Código Preto, que está programado para entrar em nossos cinemas hoje, 13 de março é seu mais novo trabalho como diretor. Essa produção foi roteirizada pelo famoso David Koepp de O Pagamento Final, O sombra, Anjos e Demônios e O Homem-aranha de 2002. Liderando o elenco de Código Preto, os excelentes Michael Fasbender de O Assassino e X-Men – Primeira Classe e Cate Blanchet de O Curioso Caso de Benjamin Button, Tár e do incompreendido, mas excelente filme, Cade você, Bernadette? Para o elenco secundário, Soderbergh também soube escolher bem e trouxe Pierce Brosnan, o 007 dos anos 90 responsável pela fase do Bond fantástico e Naomi Harris, a Eve Moneypenny dos filmes da franquia 007 de Daniel Craig.
Um dos fatores que mais me chamou atenção em Código Preto foi que Soderbergh entregou muito bem uma comédia a qual não damos quase nenhuma risada. Uma produção que jamais funcionaria se fosse feito nos moldes estadunidenses. Um humor inteligente, refinado, com a metragem correta para que o público possa sair bastante satisfeito da sala de cinema. Um filme que tem a espionagem como tema central, sem nenhuma ação mas que prende o espectador do início ao fim com uma trama a qual já vimos em várias outras produções, mas que com o elenco certo e a direção afinada se tornou uma ótima opção em nossas salas de cinema.
Entretanto, não acredito que a arrecadação desse filme será a almejada por seus produtores, devido a maturidade com que sua trama é apresentada. O público e grande parte dos críticos não gosta muito do diferente. Um filme sem perseguições mirabolantes, sem cenas de briga coreografadas com exagero e sem vilões querendo conquistar o mundo. Uma trama apresentada de forma sóbria, com os pés no chão, dando a acreditar ser totalmente possível de acontecer na realidade do mundo de hoje. Um mundo aonde a informação viaja mais rápido do que qualquer outra variável e aonde a inteligência e sagacidade dos jogadores pode custar a vida ou a morte de milhares de inocentes que nem sabem que esse jogo é jogado.
Uma produção com diálogos inteligentes e intrigantes que deixa o espectador curioso em saber quem é o culpado e quem está manipulando quem. Deveriam haver algumas produções dessas por ano. Produções em que a mesmice é apresentada de uma forma diferente e inovadora, provando que quando o cinema quer, ele sabe entregar.
Minha nota para esse filme é:
Prazer. Florêncio. Confesso que a divulgação desse filme passou longe do meu radar. Estou conhecendo através da postagem e aguardo ansiosamente pela experiência.
Parece realmente ser um filme excelente. Sem dúvida irei assistir !
Assisti o filme ontem e gostei muito ! Muito mesmo ! Temos de focar bem atentos, pois, eu particularmente, senti que era uma pessoa e no final, outra completamente diferente do que eu imaginava .. mas, vale muito a pena assistir !