Com estreia programada para o dia 29 de Agosto, Longlegs – vínculo mortal é o novo trabalho do obscuro e pouco conhecido diretor Osgood Perkins (que pouca gente sabe, ele é filho do ator Anthony Perkins de Psicose) do terrível terror Maria e João – O conto das bruxas, o qual também assina o roteiro. No elenco principal, temos Nicolas Cage (Despedida em Las Vegas, A outra face, O vidente), Maika Monroe (Obsessão, Bling Ring – A gangue de Hollywood) e Blair Underwood ( Justa Causa e Impacto Profundo).
Vínculo mortal é o tipo do filme que tem que ser visto no cinema. Faz toda diferença de percepção se visto em uma tela pequena, mesmo que contenha mais pontos negativos do que positivos. O diretor Osgood Perkins nos entrega uma montanha russa com momentos fracos e fantásticos e atuações ótimas e também bastante duvidosas de todo o seu elenco principal. Concordo com o crítico José Bessa quando ele diz que Vínculo Mortal tem ótimas ideias, mas usa apenas metade delas.
O diretor acertou em cheio quando ambientou esse filme nos anos 90, que dá a impressão que realmente foi feito naquela década e remasterizado com a modernidade das técnicas do cinema de hoje. E isso se dá já nos primeiros segundos de projeção e em vários momentos do filme quando o formato da tela muda de wide para tela clássica de maneira muito bem acertada e devido ao suspense da trama de maneira quase imperceptível.
Achei Nicolas Cage bem no papel do assassino psicopata de motivação religiosa. E uma grande sacada da produção foi que as fotos mostradas e disponibilizadas pela produção para o release desse filme conseguiram nos enganar e mostrar um personagem totalmente diferente do apresentado em tela. Muitos críticos amigos não gostaram nem pouco desse detalhe, mas eu achei muito boa essa sacada da produção.
O filme também acerta ao trazer uma trilha sonora angustiante que deixa o público nervoso durante quase toda projeção, justamente por ser um pouco diferente dos filmes de terror que estamos acostumados. Elvis Perkins é o responsável por toda essa nossa angústia em seu sexto trabalho compondo para o cinema. Seus outros trabalhos mais conhecidos são os longas E…que Deus nos ajude! e Nação fast-food.
Não é uma produção para todo público. Trata-se de um terror psicológico que mexe com um assunto não muito bem recebido por boa parte do público, o fanatismo religioso. E nesse aspecto o diretor acerta pois mesmo com alguns sustos durante o filme, Vínculo mortal nos deixa inquietos pois mexe com a nossa mente. O terror subjetivo sempre marca mais do que o terror explícito. Usar a psicologia para nos desconfortar nem sempre é uma ideia bem aceita por todos os pagadores de ingresso.
Se você está querendo ir ao cinema para relaxar após um dia exaustivo de trabalho, não veja esse filme, escolha outro.
Mesmo a ideia principal do roteiro sendo bastante interessante, o diretor erra feio em nos encher de elementos que são completamente esquecidos sem a menor explicação no meio do caminho. É aquela velha máxima: mais uma ótima ideia, que foi aproveitada de forma errada em vários aspectos.
Quando eu digo que faz a diferença de conferirmos esse filme no cinema, é que o diretor colocou muitos detalhes a cerca da trama que são bem mais difíceis de percebemos em uma tela pequena.
E mesmo com tudo isso, os produtores deveriam ter entregue tanto direção quanto roteiro a um diretor com resultados mais expressivos em sua carreira e também com mais experiência nesse tipo de trama. Esse aspecto prejudicou muito essa produção.
Minha nota para esse filme é
Não me aventuraria
Mas a análise está espetacular
Comentários inteligentes e esclarecedores, que nos dá dicas muito valiosas sobreco que está em cartaz. Parabéns !!