O que podemos esperar quando vamos ao cinema conferir o terceiro capítulo de uma franquia a qual a segunda parte foi aquém da primeira? Mais do mesmo, não é? Pois é isto que, ainda bem, não vemos em ‘O Protetor: Capítulo Final’. Estamos diante aqui de um raríssimo caso em que a terceira parte consegue ser muito melhor que a segunda e se equipara tranquilamente com a primera. Denzel Washigton volta ao papel do justiceiro Robert McCall que dessa vez encontra a redenção quando, após um serviço extra não ter saído como planejado, é acolhido por uma cidadezinha no interior da Itália. Um povo pacato e de bem com a vida que tem essa tranquilidade quebrada pela Comorra, uma das mais crueis ramificações da máfia Italiana que quer a todo custa transformar a pacata cidadezinha aonde Robert McCall finalmente encontrou a paz em uma nova Mônaco aonde cassinos, hoteis, restaurantes e tudo de negativo que a instalação desses tipos de serviço traz, venham junto.
A trilha sonora também foi muito bem escolhida, principalmente nas sequências de ação, aonde uma trilha bem escolhida consegue tornar uma sequência que já é boa , ainda melhor. O diretor Antoine Fuqua volta novamente ao comando do que parecia ser apenas mais um filme de ação. Mas o que torna essa produção tão fora da curva é o fato de ele conseguir mudar bastante o seu estilo ágil e às vezes cansativo, nos entregando uma produção bem ao estilo dos anos 90. Foi muito bem escolhido a redução do número de cenas de ação para focar no desenvolvimento dos personagens. E uma dica: Se você não viu as duas primeiras partes, veja; é necessário para a absorção total da trama.
A atri Dakota Fanning volta a fazer dupla com Denzel Washington e igualmente em ‘Chamas da Vingança’ de 2004, a química entre os dois ainda continua muito boa, e quer saber, melhora bastante com o amadurecimento de uma das melhores jovens atrizes da atualidade. Ela já nos demonstrava talento precoce em papéis difíceis como ‘Chamas da Vingança’, ‘A Vida Secreta das Abelhas’ e ‘Heróis’. Esses três filmes citados são de interpretações completamente diferente e os citei apenas para destacar a pluralidade dessa jovem a maravilhosa atriz. A personagem de uma agente da CIA que poderia ser interpretada por qualquer outra atriz mediana ou linear, se destaca aqui pela excelência do trabalho. Ela tem 29 anos de idade, mais de 20 de carreira e inúmeros prêmios por atuação contabilizados em seu curriculum.
De acordo com palavras do prório diretor sobre o personagem de Denzel: “Ele não é super-herói, ele é um cara que ajuda pessoas que não podem se ajudar. Não possui nenhum super poder, exceto as habilidades que adquiriu ao longo de vários anos servindo a CIA, é apenas uma pessoa diferenciada, mas ainda sim, um ser humano normal”. E é isso que torna o personagem tão intrigante. E a escolha acertadíssima do intérprete desse personagem não poderia ter caído em melhores mãos. É por isso que essa cinessérie funciona tão bem. E no caso de ‘O Protetor: Capítulo Final’ também foram muito bem escolhidos os coadjuvantes. Muitos deles, não Americanos que deram o brilho e o charme para tornar essa produção a mais verossímel possível dentro de seu universo, que diga-se de passagem, me encanta mais do que o universo apresentado na série John Wick.
Outro ponto bastante positivo em ‘O Protetor: Capítulo Final’ é o quase não usou IGC (Imagens geradas por computador). Esse é um dos diferenciais dessa produção. Infelizmente, eu tenho certeza que o público que é ávido por ação, principalmente a ação dessas últimas duas décadas, vai se decepcionar um pouco nesse filme, pois, como já citei anteriormente, a ação desenfreada aqui deu lugar a um maior desenvolvimento dos personagens, que é aí aonde reside justamente uma das maestrias dessa grande produção. Minha nota para esse filme é:
Olavo Filho
Editor
Quando será lançado na web e por qual serviço de streaming, Netflix, Amazon, etc?