Quando um filme tem Michael Caine no elenco, eu não procuro saber quase nunca do que se trata, pois sei que vou ser testemunha de uma grande atuação seja qual for o gênero escolhido por um dos atores mais plurais dos últimos quase 70 anos da história do cinema moderno. Com A grande fuga não poderia deixar de ser diferente. Oliver Parker (O retorno de Johnny English e Othello) foi o diretor do que parece ser o último filme da carreira desse grande ator. Caine faz par com a também grande atriz Ann Queensberry de O império do sol que com seus 87 anos de idade, também encanta com um lindo e último trabalho, pois infelizmente ela faleceu pouco tempo depois de encerradas as filmagens.
A grande fuga é o tipo de filme que encanta o espectador desde seu trailer. Nele, vamos ver o que é o verdadeiro amor, aquele que atravessa guerras, idade, culpa e o abandono que a vida naturalmente traz para os que chegam em idade avançada e não são reconhecidos pelo serviço que prestaram ao seu país. Peço todos os dias para chegar nessa idade junto a minha esposa. Eu sempre penso e peço que se eu tiver que partir, que eu vá antes dela, para não ter que sofrer com sua ausência. A narrativa dessa produção acompanha um senhor que mora em uma casa de idosos com a esposa e foge para as comemorações do 70º aniversário das comemomações do dia D na França, incentivado por ela, que é a única a favor dessa última aventura, pois todas as outras pessoas tem certeza que ele não tem a mínimia condição de encarar uma empreitada dessa. Mas, um senso de cumprir a última missão e uma culpa que o faz sofrer desde o fatídico dia da invasão são o incentivo para que essa viagem aconteça. Fato que realmente aconteceu no ano de 2014.
Infelizmente os grandes astros do nosso tempo de vida estão nos deixando. Donald Sutherland e Bill Cobs são exemplos recentes de lacunas que sofremos em um cinema que dependia esclusivamente da performace de seu elenco. Uma época aonde os efeitos ficavam em segundo plano e o que contava era a atuação e não os efeitos.
Realmente, Michael Caine parece um pouco cansado, afinal 90 anos de idade tendo contribuido da forma como ele o fez, cansa mesmo. Mas ele é um dos raros casos no qual o cansaço jamais afetou seus trabalhos.
Além de um grande filme, Oliver Parker também nos entrega uma excelente fotografia seja ela nas imensidões da França de hoje, seja retratando os horrores da guerra de uma forma bastante sutil ou seja em planos mais fechados mostrando atuações de um elenco também, não direi velho, mas sim experiente e que dão o brilho a mais para essa produção. Sempre aprendi a louvar as experiências dos mais velhos, pois escutá-las serve para que nos aprendamos o passado e nos preparemos para a adaptação a um futuro que está em rápidas e constantes mudanças.
Minha nota para esse filme é
Amei 😍