Que a imaginação não tenha limites no cinema, quase todos somos a favor dessa máxima. Mas, que a usemos com sabedoria dentro dos limites do aceitável. Infelizmente é exatamente o oposto disso que acontece em Imaculada, novo trabalho do pouquíssimo conhecido diretor Michael Mohan (Os observadores – 2021). No elenco de nome conhecido temos apenas o de Sydney Sweeney (Todos menos você -2023 e Madame Teia-2024). O resto do elenco é formado por ilustres desconhecidos atores do grande público. Falado em 2 idiomas (Italiano e Inglês) e com uma trama confusa em um roteiro cheio de buracos, Imaculada não passa de mais um filminho de terror básico feito com um pouco a mais de recurssos que a maioria das produções do mesmo gênero e que tem seu público cativo, devendo assim, obter o lucro pretendido pelo estúdio ao final de suas exbições tanto nos cinemas e nos serviços de exibição por assinatura.
A premissa do filme é a seguinte: Cecilia, uma jovem religiosa, se torna freira (mesmo não estando tão certa do chamado) e vai para um convento isolado na região rural italiana. Após uma gravidez misteriosa e vários fatos sobrenaturais que não param de acontecer ao seu redor, Cecilia é atormentada por forças perversas, enquanto confronta segredos sombrios e horrores do convento. Um filme excessivamente violento e lotado de cenas fortes que, na minha opinião, não eram precisas. Uma produção que me deu um pouco mais de nojo do que de medo.
Abordar um tema assim que critica profundamente a igreja católica em seus alicerces requer por obrigação uma trama bem mais elaborada com explorações bem mais profundas de todos os personagens apresentados. Funcionaria muito melhor como uma minissérie, creio eu. Muitos personagens interessantes simplesmente aparecem e desaparecem da trama sem a menor explicação. Acho isso uma grande falta de respeito com o espectador pagante que gosta desse gênero e tem sua inteligência desafiada por um diretor inexperiente no gênero, uma atriz nova em ascenção que não deve se importar muito com o resultado final e com um estúdio ganancioso cujo único propósito é colocar mais moeda Americana pra dentro e terminar o ano fiscal sem muitos prejuízos.
Agora, temos que ser justos. O que está atraindo o público a ir conferir Imaculada é uma produção acima da média e uma boa atuação da atriz Sydney Sweeney. Uma fotografia belíssima porém lúgubre do interior Italiano. E é também interessante como o filme mostra como a Igreja Católica ainda é extremamente machista em suas imposições. A grande explicação da trama que é a gravidez da protagonista foi uma das ideias mais absurdas que vi em filmes desse gênero nesses últimos tempos.
Não é de impressionar que o site Rotten Tomatoes esteja com opiniões bastante divididas sobre esse filme. Pelo que ví, não houve meio-termo. Opinião do crítico Leo Brady do AMovieGuy.com: “Um terror chocante e autêntico”. Já a crítica Lovya Gyarkye do Hollywood Reporter disse: “Nem mesmo Sydney Sweeney consegue salvar esse filme”.
Agora opiniões de quem gostou: “Sydney Sweeney oferece o desempenho de uma vida, mas quanto ao filme em geral, alguns vão adorar, alguns vão odiar, mas todos terão uma reação forte, que provavelmente é exatamente o que eles buscavam.” – Tessa Smith – Popternative
“Um filme de terror agradável, embora irregular, cortado de um tecido ligeiramente diferente de seus irmãos religiosos, com uma atuação cativante de sua estrela.” – Stephen Saito – Variety.
Vai entender.
Minha nota para esse filme é: