Ao sair da cabine para imprenssa do mais novo capítulo do universo Mad Max do diretor George Miller eu afirmei o que sempre disse desde o primeiro exemplar da série que foi lançado lá no fim da década de 70: Dos 5 filmes lançados só é bom de fato mesmo o primeiro e “bonzinho” o segundo. O resto é de mediano para fraco. Isso é exatamente o que acontece com Furiosa – uma saga Mad Max que tem estreia marcada para próxima quinta (23 de maio) nos cinemas. George Miller volta novamente no roteiro e na direção. No elenco Anya Taylor Joy dos excelentes O Gâmbito da Rainha e A bruxa, a jovem Alyla Brown de Era uma vez um gênio que interpreta muito bem Furiosa quando criança e Chris Hemsworth, o Thor da saga Os VingadoresGeorge Miller peca por usar e abusar na computação o que tornou Furiosa um tanto quanto cansativo. Efeitos perceptíveis é um dos grandes defeitos dessa produção, enquanto que em Estrada da Fúriaa, ele usou o máximo de efeitos práticos permitido pelo roteiro, fazendo assim, um filme bem melhor e mais interessante.

Para Furiosa chegar no estado em que chegou no longa Estrada da Fúria, ela passou por mal bocados desde adolescência quanto foi arrancada de sua mãe por Dementus e sua gangue e sendo vendida ao maléfico Immortan Joe por uma momentânea trégua em uma guerra aonde as conquistas são quem manda nos quatro elementos básicos da sociedade do mundo apocalíptico apresentado no filme: comida, água, combustível e armas. Um “escambo” interminável  vai correndo dentro do possível até que é ameaçado pela ganância humana, típico de toda sociedade. Não deixa de ser uma metáfora do nosso mundo de hoje, guardada as devidas proporções.

Furiosa Review: Mad Max Saga Prequel Is Dazzling but Overstuffed Epic

George Miller prefiriu se concentrar mais na história da personagem do que nas cenas de ação. Deveria ter balanceado melhor essa mistura, pois as cenas de ação são bem elaboradas, mas nada de novo foi acrescentado. Apenas uma nova versão do que já nos foi apresentado. Achei interessante o diretor dividir bem a fase adolescente e a fase adulta da protagonista, fazendo a transição sem cansar de uma para outra. E uma coisa que ajudou bastante foi o excelente trabalho apresentado pelas duas atrizes que representam a Furiosa, Alyla Brown e Anya Taylor Joy, respectivamente.

Outro ponto que chama a atenção é a escolha das cores pelo diretor George Miller. A tranquilidade do pouco verde que vemos no filme, a aridez do deserto que é mostrado na maior parte do filme, as tempestades de areia em algumas passagens e a frieza das noites, que mesmo pouco exploradas, foram muito bem retratadas. Outro ponto interessante mostrado com riqueza de detalhes é como Furiosa perdeu seu braço e o pacto feito com o inimigo para concluir a busca por sua vingança.

Se você quiser entender bem a saga Mad Max, comece por esse filme, depois assista Estrada da Fúria e em seguida vá para os dois melhores da série: Mad Max e Mad Max 2 de 1978 e 1981 respectivamente, ambos com Mel Gibson ainda no papel principal e com um sotaque Inglês da Austrália, sua terra natal.

FURIOSA: UMA SAGA MAD MAX -WARNER BROS. DIVULGA NOVO TRAILER - Black&CO

Não sei se ainda há espaço para mais alguma ou algumas histórias desse universo. Na minha opinião, o diretor George Miller deveria fazer uma última incursão com o ator Mel Gibson, mostrando como foi o resto de sua miserável vida no futuro pós-apocalítico do universo do Mad Max original. Acredito que daria uma bela produção.  Aproveitar em quanto ele ainda está vivo e está com pique e disposição, pois vai nos entregar Máquina Mortífera 5 no ano que vem.

Dividido em 5 atos e com quase 2 horas e meia de projeção, Furiosa não é um filme ruim nem tão pouco desprezível, mas está longe de se tornar o clássico que Geroge Miller almeja que todos os filmes da saga se tornem. Potencial para isso, apenas o primeiro que desde 1978, foi o único real acerto do diretor Australiano. Minha nota para esse filme é

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