Desde os anos 60 que as histórias envolvendo o universo de O planeta dos macacos tem nos fascinado. Charlton Heston iniciou esse universo em 1968 com o primeiro filme da saga. Ousado para época pelas questões políticas e ideológicas que levantou, O planeta dos macacos foi sucesso absoluto de público e crítica. E também foi um divisor de águas com a maquiagem dos macacos. Foi tão inovador que ganhou um Oscar especial pelo material apresentado. Fez tanto sucesso que gerou mais 4 filmes: De volta ao planeta dos macacos em 1970, A fuga do planeta dos macacos em 1971, A conquista do planeta dos macacos em 1972 e A batalha do planeta dos macacos em 1973. Em 2001 o diretor Tim Burton (Batman e Os fantasmas se divertem) nos entregou um interessante, porém fraco filme da franquia com Mark Whalberg e Helena Boham Carter no elenco. Essa produção serviu para nos mostrar o salto quântico em termos de maquiagem e captura de movimentos (técnica inexistente na primeira quintologia dos anos 60 e 70). O planeta dos macacos de Tim Burton não gerou o resultado esperado nem de público e nem de crítica. Fator esse que fez a franquia entrar em hibernação até 2011 quando o diretor Rupert Wyatt (de A rebelião e O apostador) lançou Planeta dos macacos – A origem. O primeiro capítulo de uma trilogia que o cinema estava precisando conhecer essa intrigante história sob uma nova ótica. Deveria ter ganho o Oscar de melhor efeitos visuais ao qual foi indicado, mas infelizmente perdeu para A invenção de Hugo Cabret. Em 2014 e 2017 o diretor Matt Reeves do interessantíssimo Deixe-me entrar e do novo filme do Batman finalizou a trilogia com Planeta dos macacos – O confronto e Planeta dos macacos – A guerra, respectivamente.
Entre 2017 e 2024, ficamos órfãos de novos filmes abordando esse universo. E eis que em 2024, o diretor Wess Ball, da irregular trilogia Correr ou morrer nos entrega Planeta dos macacos – O reinado. Quando comecei a ler sobre esse projeto, fiquei um tanto quanto temeroso pois ao compará-lo com a citada trilogia de Correr ou morrer, Wess Ball nos entregou uma excelente primeira parte, uma morna segunda e uma fraquíssima terceira. Ao término da sessão de Planeta dos macacos – O reinado fiquei temeroso, pois, com certeza teremos mais um ou dois capítulos da saga iniciada em 2011.
Planeta dos macacos – O reinado eleva ao novo patamar os efeitos visuais e de captura de movimentos ao nos entregar um mundo aonde a guerra entre humanos e macacos acabou quase que completamente com o nosso mundo. Os eventos desse filme são retratados aproximadamente 3 séculos após os eventos da primeira trilogia.
Wess Ball continua a saga do mundo do macaco Ceasar de tal forma que, não há absolutamente nenhum desrespeito nem descado com os três primeiros filmes. E é isso que torna Planeta dos macacos – O reinado o 4º ato de uma história que, se continuar nesse nível ainda vai nos entregar mais alguns espetáculos cinematográficos, sem a menor sombra de dúvida. É maravilhoso quando vamos ao cinema achando que vamos assistir mais do mesmo e é exatamente isso que nos é entregue só que da forma correta. Os realizadores acertaram até aqui nas histórias entregues. Com tantos exemplos ruins que temos de diretores e produtores que não demonstram o menor respeito com o universo que nos entregam, Planeta dos macacos – O reinado está aí para provar que ainda existe boa vontade em Hollywood atualmente. Isso nos reconforta o espírito e nos regojiza a alma pois dessa vez houve uma luz no fim do túnel, e não foi um trem.
Minha nota para esse filme é:
