O ator Russel Crowe caiu, há alguns anos, no mesmo abismo do ator Nicolas Cage, aonde de cada 5 produções em que seu nome lidera o elenco, apenas 1 ou 2 merecem o devido destaque, o resto é apenas “mais um trabalho” sem a menor qualidade para poder pagar as contas no final do mês. A teia é uma dessas produções que merece o devido destaque por ser superior aos demais trabalhos apresentados pelo ator. Filme de estreia do roteirista Adam Cooper (de Assassin’s Creed, Divergente-Convergente e Carga explosiva – O legado). No elenco além de Russel Crowe (Gladiador, Uma mente brilhante) temos Karren Gillan (de Guardiões da galáxia), Tommy Flanagam (Gladiador e Coração Valente) e o coadjuvante de luxo Maton Csokas (O protetor, Mark Felt e Triplo X).
Russel Crowe está até bem (porque já deu provas que é um bom ator) no papel do ex-policial que sofre de Alzheimer Roy Freeman que ao mesmo tempo que se voluntaria como cobaia de um processo revolucionário que pode restaurar sua memória, é atraido a voltar a um antigo caso que colocou um suposto homem inocente no corredor da morte. Ao começar a rever o caso, ele percebe várias coisas erradas e decide ir atrás do verdadeiro assassino. Adam Cooper, Bill Collage e E. O. Chirovici entregam um roteiro e os montadores nos entregam um verdadeiro quebra-cabeças sendo formado ao longo de toda projeção que funciona muito bem para uma pessoa com Alzheimer em estágio avançado. Para poder manter o expectador ligado e também para compensar explicações desnecessárias e longas demais, os roteiristas apostaram nos famosos “plot-twists” (reviravoltas) para manter a história interessante. Recursso que nem sempre funciona, mas por outro lado, impede que essa produção caia no rápido esquecimento.
Infelizmente a falta de experiência do diretor Adam Cooper influência no resultado final apresentado. Os atores, apesar de bons e experientes, parecem estar “mal guiados” e isso dá pra ser notado durante toda o tempo de tela. Por melhor que seja o roteiro e o elenco, se tudo não for conduzido por mãos experientes o resultado sempre será medíocre, aonde o simples se torna complicado e o complicado não é explicado de forma clara.
Mais uma vez, A teia cai naquela velha mesmice Hollywoodiana: uma boa ideia mal produzida ou mal aproveitada que acaba atrapalhando muito o resultado final. Russel Crowe está precisando de um novo sucesso em sua carreira, pois, se continuar a entregar trabalhos assim mesmo a ideia sendo boa, vai terminar por ser engolido pelo monstro do ostracismo e pelo fantasma do esquecimento de Hollywood.
Não gosto muito de afirmar isso, mas o público pode esperar tranquilamente A teia chegar nos serviços de streaming (o que não deve demorar muito) e ter a certeza que vai assistir um filme mediano para um sábado ou um domingo a noite.
Com um primeiro ato introdutório interessante, um segundo ato enfadonho e um desfecho, digamos, inesperado, A teia tinha tudo para se destacar no meio de tantas produções ruins e medíocres, e por pouco, não se torna uma delas.
Mina nota para esse filme é