Oppenheimer | Site Oficial & trailer | 20 de Julho de 2023

Quem tinha alguma dúvida que Christopher era um bom diretor, roteirista e produtor, pode se considerar sem nenhuma, pois ele deu a prova definitiva de seu exímio talento com: Oppenheimer.

Vamos começar essa análise com uma rápida biografia de J.Robert Oppenheimer – uma figura não muito conhecida entre nós, pobres mortais. Nasceu em Nova Iorque no dia 22 de Abril de 1904. Conhecido pela maioria como “O pai da bomba atômica” devido a sua importância no Projeto Manhattan, que foram as pesquisas e os desenvolvimentos responsáveis pela criação das primeiras armas nucleares. Estudou química em Harvard, depois física na Universidade de Cambridge, foi professor nas Universidades da Califórnia em Berkley e no Instituto de Tecnologia da Califórnia. Em 1943 foi o responsável pela criação, construção e desenvolvimento da fictícia cidade de Los Alamos que nada mais era o local no Novo México aonde ele o vários outros cientistas desenvolveram as citadas armas. Estava a frente do Teste Trinity, quando em 16 de julho de 1945 a primeira bomba atômica foi detonada com sucesso. A busca pela criação dessa arma de destruição em massa foi impulsionada após os físicos Albert Einstein e Leo Szilard advertirem o governo norte-americano sobre a possibilidade da Alemanha nazista criar armas nucleares, já que estudiosos alemães haviam descoberto a fissão nuclear. Oppenheimer tomou um posicionamento contrário ao uso das bombas nucleares, sobretudo da bomba de hidrogênio, e lutou pelo fim da corrida armamentista entre EUA e União Soviética. Seus esforços foram em vão e por conta de suas declarações, o cientista foi proibido de ter acesso a documentos e perdeu parte de sua influência.  Ele foi ainda acusado de ter ligação com o comunismo, sendo caçado pelo macartismo, apontado como traidor do governo norte-americano. O físico se arrependeu profundamente de ter contribuído para o desenvolvimento de uma arma tão letal e lamentou a morte de milhares de pessoas. Robert Oppeneimer faleceu em 18 de fevereiro de 1967, vítima de câncer na garganta devido ao hábito de fumar. A doença foi descoberta em 1965 e ele chegou a fazer uma cirurgia e tratamentos com quimioterapia e radioterapia, mas sem sucesso, morreu aos 62 anos.

Isto posto, vamos agora a análise do filme Oppenheimer que tem sua estréia marcada para amanhã, 20 de julho de 2023 em todo o mundo.

Oppenheimer: conheça a história abordada durante o filme

Oppenheimer é o melhor filme de Christopher Nolan até a presente data. Não tenho medo nem receio algum em classificar essa produção como uma “obra espetacular”. Um filme aonde  a trilha sonora faz parte do elenco principal e aonde todos os integrantes de seu elenco, por menor que sejam suas participações, brilham na tela. Christopher Nolan conseguiu realizar, na minha opinião, um feito até hoje apenas conseguido por Quentin Tarantino: fazer com que atores medíocres ou lineares trabalhassem muito bem, nos entregando assim, uma verdadeira e autêntica aula de cinema como poucas vezes foi vista na história da 7ª arte. Entre os destaques do elenco, não podemos deixar de citar Robert Downey Jr, que deverá levar o Oscar de melhor ator coadjuvante, porque concorrer ele vai, sem dúvida. O resto do elenco, Cillian Murphy, Emily Blunt, Josh Hartnet, Kenneth Branagh, Matt Damon e Tom Conti que de companheiro de cela de Bruce Wayne, brilha como Albert Einstein e uma pequena, mas marcante participação.

Passei a admirar mais ainda desse filme quando fiquei sabendo que essa grandiosa produção foi filmada em menos de 2 meses. 57 dias para ser exato. Isso é o resultado de comprometimento total e absoluto de elenco, produção, técnica, todos envolvidos no processo.

Agora, infelizmente, Oppenheimer não é um filme para todos. Muitos irão acha-lo chato, monótono, barulhento, longo demais e sem graça. Mas Oppenheimer deve ser sentido com o coração, pois suas questões vão muito além da história do criador de uma bomba atômica, e sim, do quão sórdida é a natureza humana quando somos diminuídos em uma área de atuação a qual achamos que dominamos. Política, drama, amor, família, limites, amizade, guerra, são apenas alguns dos temas abordados em 180 minutos de projeção que mais parecem 18.

Outro motivo para admirarmos ainda mais o trabalho de Nolan e sua equipe, é que o filme usa quase nenhuma imagem gerada por computador. A maioria das coisas que vemos na tela são efeitos práticos e as explosões realmente aconteceram. Isso dá ainda mais credibilidade a essa produção.

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No Brasil e nos Estados Unidos, Oppenheimer recebeu classificação indicativa de 18 anos. Classificação justíssima. Concordo plenamente. E há 20 anos um filme de Christopher Nolan não recebia essa classificação etária.

É absolutamente imperativo que Oppenheimer seja visto pela primeira vez, no mínimo em uma sala IMAX para que a imersão seja apreciada da forma como foi criada. Infelizmente não dispomos de salas IMAX em todo Brasil e isso vai prejudicar a experiência um pouco, por melhor que o filme seja, e ele é.

Amigos, eu já vi muitos filmes nesses meus 49 anos de vida. E posso lhes afirmar que muito poucas, mas muito poucas mesmo foram as vezes as quais eu lembro que a trilha sonora tenha desempenhado um papel tão importante em um filme como nessa produção.  Daí, volto a afirmar que é imprescindível que você procure a melhor sala em termos de som e imagem disponíveis em sua região.

Com certeza um divisor de águas da história do cinema em todos os aspectos possíveis de uma produção cinematográfica.

Minha nota para esse filme não poderia ser outra que não:

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