Em 1994,um certo ator em ascenção de nome Tomas Mapother Cruise IV, também conhecido como Tom Cruise, decidiu que ia expandir seus negócios e não ia ficar apenas atuando, ele também tomou a decisão de ser produtor. E não poderia ter tomado uma decisão mais certa na vida. Se associou a produtora Paula Wagner, se uniu a Paramount Pictures para que seus filmes fossem distribuidos internacionalmente e a ele foi dado vários projetos para que ele escolhesse filmar. Ele sabiamente escolheu Missão: impossível. O problema era que naquela parte da década de 90, quase nenhum projeto oriundo da TV conseguia fazer sucesso no cinema. E isso perdura, infelizmente até hoje. O único, na minha opinião que conseguiu fazer jus ao nome, mesmo embora não tenha feito muito sucesso, mas captou por completo a essência da série no qual foi baseado foi O esquadrão Classe-A.
Tom Cruise e Paula Wagner tinham realmente uma missão quase impossível em levar uma série que teve 7 temporadas em sua primeira exibição (foi exibida de 1967 a 1973) e foi sucesso mundial absoluto e uma segunda série que teve apenas 2 temporadas (1988 a 1990) e teve que ser cancelada devido ao seu alto custo de produção e uma relativa baixa audiência. O primeiro desafio foi a perplexidade dos fãs quando o diretor escolhido para comandar o primeiro filme da franquia foi Brian de Palma. Estávamos todos muito enganados. Brian de Palma, Tom Cruise, Jon Voight, Jean Reno, Emilio Estevez, Kirten Scott Thomas, Emanuele Beart, Ving Rhames e Vanessa Redgrave nos entregaram um dos melhores filmes daquele ano que teve fortes concorrentes do calibre de A rocha, Queima de arquivo, Independence day e A última ameaça.
Tom Cruise começou a ser visto com outros olhos por Hollywood, pois além de bom ator de drama e filmes “água com açucar”, ele também começou a ser respeitado como produtor e astro de filmes de ação. E o que era inevitável depois de tanto sucesso? Uma continuação, é claro. Resolvendo radicalizar, Tom Cruise chamou ninguém menos que John Woo, especialista em filmes de ação que já nos tinha entregue os estrondosos sucessos O alvo com Van Dame, A última ameaça e a Outra Face, ambos com John travolta e o excelente mas não tão bem recebido Códigos de guerra com Nicolas Cage. Resultado, não foi tão bem recebido quanto se esperava. Até porque, ele deu uma pequena escorregada na escolha do vilão e da protagonista. Thandie Newton e Dougray Scott respectivamente. Devido a esse resultado não tão bom, a franquia teve um hiato de 6 anos e em 2006, Tom Cruise, Paula Wagner e J J Abrahams nos estregaram um dos melhores capítulos da Franquia, Missão: impossível 3. Quase tudo deu certo, Uma ótima escolha de direção, um vilão perfeito, vivido pelo saudoso Phillip Seymor Hofman e a introdução de mais um ator fixo na equipe, o hacker Benji, vivido pelo ator Simon Pegg. Mesmo acertando e somente sendo reconhecido tardeamente como um excelente filme, MI3 não teve o resultado esperado. Tivemos que esperar mais 5 anos e em 2011 Tom Cruise nos entrega Missão: impossível – Protocolo fantasma. Bem melhor que o segundo, mas um pouco aquém do terceiro. Brad Bird entrou em uma área que não era especialista e isso prejudicou um pouco o resultado final. Somente em 2015 Tom Cruise acertou definitivamente e colocou missão impossível no rumo mais do que certo. Se acertou com o amigo e diretor Christopher McQuarrie e a partir daí, a qualidade técnica do que já era bom, deu um salto quântico de qualidade. Rebecca Ferguson entrou para o elenco fixo e a trama não se resumiu apenas a um filme só, tendo consequências e ramificações para os próximos capítulos da franquia.
Em 2018 chega aos cinemas Missão impossível – Efeito Fallout. Christopher McQuarrie e Tom Cruise novamente no comando nos entregam, até então, o melhor filme da cinessérie. Uma trama bem amarrada, um grande vilão e várias referências aos capítulos anteriores nos fizeram pensar que essa seria a última missão de Tom Cruise.
Mas…..eis que em 2021, Tom Cruise anuncia que voltaria novamente para não apenas uma mais para 2 aventuras do agente Ethan Hunt a serem filmados simultaneamente. Christopher McQuarrie novamente no comando e além de Tom Cruise, Ving Rhames, Rebecca Ferguson, Simon Pegg e a volta de Vanessa Kirby e Henry Czerny, tivemos a adição de Esai Morales, que está excelente como o vilão Gabriel, Hayley Atwell, a agente Carter dos filmes da Marvel, Cary Elwes, Pom Klementief, dos Guardiões da Galáxia e Sean Wingham. Afinal, em time que está ganhando, o máximo que podemos fazer, é contratar novos jogadores e jamais mexer no elenco principal.
E o que faz de Missão:impossível 7 ser tão bom? Essa pergunta tem várias respostas. E vamos a elas. Primeiro: Uma trama atual que fala desde inteligência artificial a um mundo aonde todas as nações querem ter o controle absoluto de tudo e estão dispostos a pagar o que for necessário para conseguir isso. Segundo: As sequências de ação as quais vemos muito pouco uso de IGC (Imagens geradas por computador) e muito efeito prático em sequências espetaculares e de tirar o fôlego do espectador. Terceiro: Diálogos inteligentes e distribuição justa e perfeita de todo o elenco. Quarto: Até mesmo aquela velha dupla que está sempre atrás do protagonista é usada sabiamente e em momento algum chega a ser considerada desnecessária, muito pelo contrário. Quinto: A escolha de um excelente ator para o antagonista, mesmo ele não sendo o antagonista principal, e é isso que torna essa produção espetacular.
Nem a duração de 2 horas e 40 minutos conseguem tirar o prazer desse novo capítulo de Missão: impossível. Muito pelo contrário, são 160 minutos que passam como se fossem 90. Outro ponto que faz esse ser o melhor de toda série: Um filme sem novidade nenhuma consegue o êxito de ser tão impecável. Aos 61 anos, Tom Cruise deixa bem pra trás muito jovem com metade da idade dele ao nos entregar algumas das sequências mais fantásticas e “impossíveis” do cinema moderno. Tudo nessa produção dá certo. Mas uma dos melhores presentes é ver 3 grandes atrizes: Rebecca Ferguson, Haley Atwell e Vanessa Kirby trabalham maravilhosamente quando estão dividindo o mesmo tempo de tela. Outro ponto muito importante que devemos considerar em Missão 7 é a qualidade do seu roteiro, aonde mesmo caindo na mesmice de ir salvar o mundo, a trama inova na história e não cai na mesmice de bombas atômicas, armas atômicas, virus indestrutíveis e um vilão genérico, esteriotipado e ridículo.
Missão:impossível 7 está sendo, até o fechamento dessa análise, o mais bem avaliado filme da carreira de Tom Cruise, com quase 100% de aprovação no Rotten Tomatoes, um dos sites mais importantes do mundo nesse quesito e nota 10 no IGN, outro site de também grande importância mundial em avaliações. Tendo um custo declarado de 290 milhões de dólares, Missão:impossível 7 vai fácil e rapidamente superar esse custo, dar lucro a Paramount e a Tom Cruise e deixar a segunda parte, que está programada para Julho do ano que vem tendo que arcar apenas com os custos de publicidade e divulgação. E os boatos já estão correndo que a primeira prévia vai sair junto com o lançamento da segunda parte de Duna, previsto para Dezembro desse ano, nos cinemas.
Resumo da ópera: Um filme feito para o cinema, e, mesmo ainda estando em julho, posso afirmar sem medo algum que Missão:impossível 7 é o melhor filme de ação de 2023.
Minha nota para esse filme é:
Só não dei 10 devido a ansiedade de termos que esperar um ano inteiro para a conclusão.