Com estréia programada para hoje, 7 de julho, o quarto capítulo da acima da média franquia sobrenatural chega ao seu quinto exemplar em um filme que optou por dar bem mais ênfase ao drama familiar do que o terror e o resultado foi um filme acima da média, mostrando que a franquia ainda tem fôlego para pelo menos mais uma produção se continuar sendo bem trabalhada dessa maneira. James Wan dirigiu os dois primeiros capítulos, Leigh Whannell do ótimo O homem invisível comandou a terceira parte e a quarta parte (as mais fraquinhas) e este novo capítulo foi dirigido pelo ator principal dessa cinessérie Patrick Wilson que não fez feio e mostrou que tem talento para não deixar essa cinessérie cair na mesmice. Sobrenatural – A porta vermelha é uma continuação direta da segunda parte. O elenco está quase todo de volta. Patrick Wilson, Rose Byrne, Ty Simpikins e a novata vinda da TV Sinclair Daniel em seu primeiro papel para a tela grande que nos entrega um alívio cômico na medida certa e sem aqueles exageros que Hollywood parece estar começando a mostrar da forma certa em suas produções.
O ponto principal desse filme é que o diretor Patrick Wilson preferiu resolver todas as pendências internas a nos uma trama nova e arriscada, o que poderia se tornar o fim da franquia de uma vez por todas. Mesmo sendo melhor que as partes 3 e 4, Sobrenatural – A porta vermelha não conseguiu, infelizmente, superar os dois primeiros capítulos. Mas encerra esse ciclo de uma forma decente e não decepcionante. Quem prefere e gosta de filme com muito susto e muito sangue, vai se decepcionar um pouco com esse Sobrenatural, pois Patrick Wilson preferiu dar um pouco mais de atenção ao drama do que ao terror e suspense. Gostei muito do jogo que ele fez com a paleta de cores durante toda a produção com uma cor representando cada situação enfrentada por seus protagonistas. O uso de metáforas é constante e o que salva essa produção da mesmice e da previsibilidade que impera na maioria das produções de terror e suspense desse naipe.
Um dos pontos ambíguos que essa produção sofre é a sua metragem. Pouco menos de duas horas de duração (1 hora e 47 minutos) é bom para não torná-lo chato e cansativo, mas em contrapartida é pouco para tentar fechar uma história complexa. Faltou isso. O diretor Patrick Wilson derrapou de leve nesse quesito. Sobrenatural 5 é um filme que fala sobre as memórias que perdemos ao longo da vida, tanto as boas quanto as ruins, sobre os sacrifícios que fazemos para que nossos filhos não cometam os mesmos erros que nós, por inexperiência no ofício de sermos pais, cometemos mesmo sem querer e sobre o maior inimigo que todas as pessoas do planeta ou já enfretaram ou ainda irão enfrentar: nós mesmos. Sobrenatural, creio eu é uma das poucas franquias que deu certo no cinema e que, nas suas devidas proporções, também funcionaria muito bem como minissérie televisiva.
Minha nota para esse filme é:
Vou assistir com certeza.