Uma coisa que esses quase 30 anos de análises cinematográficas me ensinaram foi nunca ir para um filme com a expectativa nem alta demais nem baixa demais. Quando a expectativa é alta em demasia, a tendência é que a decepção seja maior ainda, salvo raríssimas excessões. Quando a expectativa é baixa demais, podemos perder experiências cinematográficas agradabilíssimas na tela grande e realmente nos decepcionarmos um pouco quando vemos um bom filme na tela pequena por melhor que seja a resolução e o som do nosso equipamento. Essa experiência adquirida foi um dos motivos que ajudaram bastante quando entrei na cabine para imprenssa da mais nova produção da DC Comics, o tão aguardado e cheio de problemas filme do herói velocista The Flash. E o resultado foi extremamente positivo em um filme com bem mais erros do que acertos e também uma grande homenagem ao legado da DC Comics em todas essas décadas de entretenimento e diversão.
Anuciado e várias vezes adiado desde 2014, The Flash finalmente chega em nossas salas de cinema nessa semana (dia 15 de junho). A produção passou por vários problemas, desde paralização por causa da Covid, as polêmicas (e sérias) envolvendo o protagonista Ezra Miller aonde se chegou a cogitar o não lançamento desse filme nos cinemas, várias mudanças no roteiro, refilmagens e a quase total paralização devido ao seu altíssimo custo de produção. Mas, graças a mudanças radicais na DC, o projeto foi adiante e o resultado final foi bem acima do satisfatório. Baseado em boa parte no arco Flashpoint Paradox, a trama de The Flash mostra o nosso herói tendo um encontro com a maturidade por ser obrigado a corrigir um grande problema causado por ele mesmo que põe em risco a integridade de vários mundos paralelos, inclusive o nosso.
The Flash é dividido em 3 atos. Um primeiro ato espetacular, aonde o trabalho em conjunto com o Batman de Ben Affleck (em sua melhor aparição, na minha opinião) e uma The Flash aparição da Mulher Maravilha, nos mostra o quão afinados os membros da liga estão. Um segundo ato muito bom, aonde o Batman de Michael Keaton e a Supergirl de Sasha Calle dão um show a parte e deveriam ter mais tempo de tela. Michael Keaton prova que ainda está em ótima forma e nos entrega um decadente e solícito cavaleiro das trevas. E um terceiro que apesar de, acima da média, deixa um pouco a desejar apenas pela rapidez de sua conclusão. A homenagem feita a tudo que a DC já nos apresentou em live-action é muito linda. E a surpresa da ousada cena final (a qual não vou contar, vão conferir nos cinemas) que nos dá uma esperança (mesmo que longínqua) de uma sequência daqui a alguns anos, caso esse filme traga o retorno esperado. O que já trouxe, na opinião dos fãs, mas em se falando de dólares e estúdio, a realidade é outra, bem diferente.
Muito se falou sobre a pobreza dos efeitos desse filme. Não vi nada que pudesse comprometer o entretenimento. Somente o exagero e a grandiosidade das produções da DC as quais já estamos acostumados a ver.
Resumo da ópera: É um ótimo filme mas não é, nem de longe, o melhor filme de super herois de todos os tempos como disseram vários críticos. Vale, com certeza, o preço do ingresso.
Minha nota para esse filme é:
O melhor analista!!!