Em setembro de 2012, enquanto corria na Barra da Tijuca, a missionária Americana Renee Murdoch foi atacada por Alexandre Luis de Oliveira, um morador de rua que, em um surto psicótico a atacou violentamente e a mandou para o hospital praticamente sem vida, com apenas 1% de chance de recuperação. A partir daí, a sucessão de fatos ocorridos colocou em evidência a crença de muitos e enalteçeu a fé de quem não acreditava nela. E até novembro de 2012 sua família passou por um verdadeiro calvário de emoções e provas em uma corrente que percorreu o mundo todo e, segundo relatos, foi o fator determinante para a rápida e surpreendente recuperação da missionária.
De acordo com a Bíblia, milagre tem o seguinte significado: milagre é um acontecimento extraordinário que demonstra o poder de Deus.
Já segundo o dicionário, milagre é um acontecimento extraordinário, incomum ou formidável que não pode ser explicado pelas leis naturais.
Esse é o ponto de partida para o novo filme do diretor Ernani Nunes que comandou a mediana comédia Gostosas, Lindas e Sexies em 2017. No elenco os atores Dan Stulback e Vanessa Giácomo representam o casal de pastores Phillip e Renee Murdock. Para representar os filhos do casal, foram muito bem escolhidos os jovens atores Bella Alelaf, Julia Gomes, Théo Medon e Arthur Biancato. Completando o elenco de nomes mais conhecidos a atriz Juliana Alves como a Dra Vera que entregou o possível da medicina e reconheceu que a corrente de fé e orações para a missionária teve importante papel nesse curioso, inexplicável e extraordinário caso de cura.
Fé para o impossível foi roteirizado por Carolina Minardi e Guilherme Ruiz de Procura-se que também tiveram a ajuda do próprio casal Murdoch, relatos e reportagens da época. Fé para o impossível entrega tudo a que temos direito em uma produção como essa: a falta de fé de quem está perto, o questionamento da nossa própria fé, o nosso papel como cuidador da família. Tudo isso vem a tona em ótimas interpretações de praticamente todo o elenco dessa produção, com destaque especial para as crianças que entregaram um trabalho bem acima da mediocridade que estamos acostumados a ver em produções nacionais com essa temática.
Um filme feito para quem acredita assim como também para os mais céticos. Um filme que conseguiu mostrar que independente do resultado final, todos os envolvidos no processo saíram muito mais fortes do que entraram. E isso é o que vale mais ao final de tudo.
Mas, sempre tem um mas, infelizmente. Fé para o impossível carrega demais no prosetilismo, o que prejudica um pouco essa produção, principalmente quando deixa de focar também nos questionamento e dúvidas do lado da medicina. Tudo é aceito pelo lado que não costuma aceitar com muita facilidade. Era para ser uma produção com uma amplitude bem mais larga do que foi mostrada. A linearidade da produção prejdicou o resultado final, que na minha opinião, só consegue entregar o seu resultado almejado, devido a qualidade do elenco escolhido. Funcionaria melhor se o formato escolhido fosse uma minissérie aonde os personagens pudessem ser mais bem aprofundados e os pontos de vistas de todos os envolvidos, inclusive o da missionaria, fossem mais aprofundados.
Minha nota para esse filme é: