MEU MELHOR AMIGO – IMPORTANTE PRODUÇÃO SOBRE O AUTISMO MAS COM PROTAGONISTA FRACO

Realmente a cada dia que passa eu tenho a afirmação que o cinema brasileiro ainda tem muito o que aprender em relação ao cinema do resto do mundo, mesmo que tenha tido uma melhora significativa nesses últimos anos, ainda precisa melhorar muito. Exemplo mais recente dessa afirmação é o novo filme do diretor José Alvarenga Jr, MMA – Meu Melhor Amigo.  O roteiro de Meu Melhor Amigo é assinado por Paulo Cursino de Mussum o filme, Marcos Mion em seu primeiro roteiro para o cinema que também é defensor e bastante atuante na causa autista e Daniel Belmonte da série Os Parças.

O resultado dessa produção teria sido bem mais satisfatório se o diretor José Alvarenga Jr. tivesse escolhido um protagonista mais experiente no campo da atuação. Marcos Mion é sem dúvida um ótimo apresentador e tem seus méritos televisivos e radiofônicos, mas foi a escolha errada para ser o protagonista desse interessante drama que coloca em pauta as dificuldades e o preconceito que o autismo sofre em nossa sociedade.

Completando o elenco, temos nomes do calibre de Antônio Fagundes, Andreia Horta, Vanessa Giácomo, em uma linda e tocante participação especial e o grande destaque dessa produção, Guilherme tavares que está brilhando no papel do garoto autista, filho de Marcos Mion. Mesmo com todo esse elenco de atores e atrizes profissionais, o fraco protagonista não consegue ser acudido. Os roteiristas optaram pela resolução rápida e nada convicente dos porvires dos personagens o que acaba não dando a profundidade e a profusão necessária que o elenco precisa para não prejudicar o resultado final desse interessante drama que infelizmente terá vida curta nas telas dos cinemas.

A atuação de Marcos Mion só não é pior pelo fato dele próprio ter um filho autista e em algumas cenas os cinéfilos mais informados podem notar a revivência de um pai que tem que matar um leão por dia na criação de um filho com esse diagnóstico. Se criar um filho em perfeitas condições já é um trabalho de super-herói, imagine criar um filho ou filha que requer bem mais atenção que o necessário. É praticamente ter que ir pra guerra todo dia. Uma guerra aonde alguns desistem no meio do caminho, alguns se desesperam, mas muitos conseguem e fazem o impossível para realizar o trabalho de ser um bom pai ou uma boa mãe em um mundo aonde os valores estão se invertendo em uma velocidade cada vez mais rápida. Mesmo tendo o MMA como pano de fundo, Meu Melhor Amigo não é violento nem apelativo, mas acredito que faria mais sucesso indo direto para o streaming pois chegaria a um público maior do que nos cinemas se levarmos em consideração o custo do ingresso atualmente.

E mesmo com mais defeitos do que qualidades, Meu Melhor Amigo serve como um alerta e mostra que com paciência, aprendizado e respeito, que todos tem lugar em nossa sociedade.

Minha nota para esse filme é: