Confesso que fui conferir Chico Bento e a goiabeira maraviosa apenas para cumprir tabela, tendo em vista as últimas produções do universo da Turma da Mônica, sejam no cinema ou na televisão. Um universo tão rico e repleto de boas ideias, mas que foi profusamente maltratado no cinema. Como foi gratificante saber que eu estava errado e que o produtor Fernando Fraiha, responsável pelos dois acertos das aventuras dessa maravilhosa turma: Laços e Lições, resolveu tomar as rédeas do comando após o fiasco que foi a tentativa de trazer a Turma da Mônica Jovem para o cinema. Fernando Fraiha acertou em cheio desde a escolha perfeita do elenco mirim, porque Isaac Amendoin, Anna Julia Dias e Pedro Dantas estão brilando como o trio Chico Bento, Rosinha e Zé Lelé e todos eles em seus primeiros trabalhos para o cinema. Uma produção voltada para o público infantil que diverte, emociona e transmite uma linda mensagem sobre companheirismo, amor a natureza e de como é importante que os adultos prestem atenção no que as crianças tem a dizer.
O elenco adulto trouxe nomes conhecidos como Taís Araujo, como Dona Goiabeira, Debora Falabela como D.Marocas e Luis Lobianco como Nhô Lau, o dono da famosa goiabeira. Os roteiristas Elena Altheman e Raul Chequer da curiosa série O irmão do Jorel e Fernando Fraiha dos dois primeiros filmes da Turma da Mônica: Laços e Lições, resgataram tudo de melhor das histórias em quadrinho do Chico Bento e conseguiram entregar um filme fora da curva dessas mesmices que os produtores estão acostumados a nos empurrar goela abaixo pois pensam somente no monetário. Chico Bento e a Goiabeira Maraviosa é como todo filme voltado para esse público deveria ser: sem desprezar os corretos valores formadores de caráter apenas para querer justificar um politicamente correto totalmente deplorável que se não combatido por quem pode fazer alguma coisa, acabará por destruir a formação do futuro do mundo e que é tão difícil de construir.
Chico Bento e a Goiabeira Maraviosa é um filme lúdico e que traz o bom e inteligente humor de volta de uma forma simples e encantadora em que a espontaneidade de seu elenco faz toda diferença. Outro ponto são as músicas escolhidas para a trilha sonora e a linda fotografia para nos mostrar que o interior raiz ainda existe e deve permanecer intocado para que depois não nos arrependamos de termos mexido em demasia naquilo que o criador nos deu de mais precioso e que na maioria das situações, destruimos sem dó nem piedade.
Quem realmente é fã das histórias e do universo do gênio Maurício de Souza não pode e não deve perder esse filme no cinema. Como disse em meu comentário na rádio Jovem Pan News, uma grande parte dos Brasileiros aprendeu a ler e a escrever acompanhando as aventuras da Turma da Mônica. Lembro-me muito bem e agradeço aos meus pais poderem me presenear em todas as férias escolares com o Almanacão de férias dessa maravilhosa turma. aonde além de se divertir com as histórias você aprendia a caçar palavras, a pintar, a ligar pontos, enfim, a fazer tudo que nossas crianças estão deixando de fazer nos dias de hoje.
Maurício de souza não deixava de abordar nenhum assunto, mas sempre de forma que as crianças entendenssem e principalmente, se divertissem. Até o assunto morte não foi esquecido com as histórias do penadinho e sua turma. Aliás, a turma do Penadinho também está merecendo uma aventura cinematográfica, desde que, tenha o mesmo esmero e sensatez que o diretor Fernando Fraiha e sua equipe tiveram com Chico Bento e os dois primeiros filmes da Turma da Mônica.
Minha nota para esse filme é:
