O cinema é uma das mais interessantes artes que existem, pois pode produzir os maiores espetáculos visuais da história, arrecadar bilhões com produções sobre mundos e heróis imaginários que antes só existiam no papel, ditar todo o comportamento de uma geração e tirar muita gente de casa que há muito tempo não saia do confinamento de seu lar. Em contrapartida, o cinema pode também produzir muita coisa de péssima qualidade. Produções com um grande elenco, um grande produtor, que por muitas vezes me pergunto como chegou a ser produzido. Exemplos de filmes bons a essa minha afirmação temos inúmeros que vai desde O poderoso chefão, Guerra nas estrelas, Superman o filme, Titanic, Avatar e muitos outros. A história não precisa nem ser muito complexa, a forma como ela é apresentada é o que conta, pois até mesmo alguns desses filmes citados não tem o mais brilhante e complexo dos roteiros, mas foi produzido de uma forma tão brilhante que se imortalizaram e fizeram sua marca na história do cinema mundial.
Essa introdução que fiz foi justamente para falar da parte dos filmes ruins que o cinema produz. No caso da crítica de hoje, A linha da extinção cabe perfeitamente nessa categoria. Aliás, dizer que esse filme é ruim, acho que chega a ser um elogio para essa nauseabunda produção que juntou várias ideias ruins em filmes de ficção a conseguiu juntar tudo em um filme só.
Ao sair da sala de exibição de A linha da extinção a única explicação que me vem a mente para um resultado final tão estapafurdio desses é que ou o elenco concordou em trabalhar nesse filme por obrigação contratual ou foi totalmente enganado durante o processo de fotografia principal, achando que estavam filmando uma produção razoável quando na verdade o resultado final foi um dos piores filmes, senão o pior filme desse ano.
O diretor George Nolfi que já comandou ótimos filmes do calibre de Os agentes do destino com Matt Damon e O banqueiro com Anthony Mackie parece que desaprendeu a dirigir e nos entrega A linha da extinção. Uma ficção que tem até uma ideia interessante, mas é mostrada da pior maneira possível. Para essa empreitada, George Nolfi contou com a colaboração dos ótimos atores Anthony Mackie, Morena Bacarin da injustiçada série Firefly e Maddie Hasson do interessante Maligno.
Os roteiristas John Glenn do profícuo Controle Absoluto e a dupla Jacob Roman e Kenny Ryan cujos únicos trabalhos conhecido foi escrever alguns episódios da simpática série Seal Team – soldados de elite, parece que escreveram esse roteiro baseado na grande maioria dos projetos ferroviários do nosso país, indo de nada a lugar nenhum. Para completar esse time de bizarrices, 18 produtores se juntaram e contribuiram para que mais essa “pérola” cinematográfica conseguisse ser distribuida em nossos cinema. Estão achando que não pode ficar pior? Pode sim.
A equipe de montadores tentou mostrar em 90 minutos uma história que precisaria no mínimo de mais de 2 horas para que essa produção fosse no mínimo aceitável. Ficou parecendo que esse filme foi montado no tempo livre de cada um em uma colcha de retalhos da pior qualidade. Funcionaria melhor como uma minissérie explicando todos os eventos, detalhando todos os personagens principais e suas motivações e chegando ao desfecho final de maneira clara e explicativa e não tentando explicar a origem dos monstros em algumas linhas de texto apenas em uma pífia narração com efeitos sonoros dignos de um formando dos antigos cursos de rádio da IUB que não levaram nem 1 minuto sequer de projeção.
Mas como o grande gênio da televisão, do cinema e da literatura, Francisco Anysio de Paula afirmou: só existem dois tipos de humor: o engraçado e o sem graça. Na seara cinematográfica também é assim, só existem dois tipos de produções: a boa e a ruim. E, infelizmente, A linha da extinção está entre as piores.
Minha nota para esse filme é: