Ridley Scott é um dos grandes diretores de Hollywood e com quase 50 anos de carreira somente como diretor já nos proporciounou grandes espetáculos cinematográficos tais como: Alien o 8º passageiro, A lenda, Chuva negra, Falcão negro em perigo e Blade Runner – O caçador de andróides. Como em toda grande carreira de diretor, com Ridley Scott não poderia ser diferente, à medida que os anos vão passando e vamos ficando mais experientes, o público começa a questionar a escolha dos trabalhos e acha que a carreira de um profissional dessa magnitude está em declínio. Por muitas vezes, esses profissionais realizam projetos pessoais que jamais teriam saído do papel se eles não ficassem famosos, fazendo com que o público quase nunca responda como os estúdios gostariam. Todo grande diretor passa por essa fase. Steven Spielberg, Clint Eastwood, Francis Ford Coppola, apenas para citar alguns dos mais conhecidos. Não tem um que não tenha perdido e ganhado público e crítica ao longo de sua carreira com seus projetos pessoais.
Um dos grandes acertos na carreira de Ridley Scott foi O gladiador, lançado no ano 2000 com Russel Crowe, Joaquin Phoenix e Connie Nielsen no elenco principal. Com o roteiro escrito por David Franzoni de Amistad e Rei Arthur, John Logan de 007 contra Spectre e A invenção de Hugo Cabret e William Nicholson de Lancelot – o primeiro cavaleiro e À luz do fogo e a magnífica trilha sonora de Hans Zimmer, Gladiador não tinha como dar errado. E de fato não deu. Ganhou 5 Oscars, melhores efeitos visuais, melhor som, melhor figurino, melhor ator e melhor filme. Teve um orçamento de 100 milhões de dólares e terminou sua carreira nos cinemas com uma arrecadação de mais de 460 milhões no mundo.
Com tantos prêmios e com esses ótimos números de arrecadação, uma seqência era inevitável e sempre ficou na mira de Ridley Scott, tanto como diretor quanto produtor. Houve várias e intermináveis conversas com os roteiristas e com o elenco original, mas nunca se chegou a uma conformidade. Depois de tantos anos de ideias e buscas, finalmente 24 anos depois, Gladiador 2 saiu do papel com a difícílima missão de superar a primeira parte. Uma missão praticamente impossível, e que, temos que infelizmente afirmar, não foi atingida, mas também não é, nem de longe um filme desprezível.
Ridley Scott volta ao comando dessa produção que tem David Franzoni novamente colaborando com o roteiro jutamente com David Scarpa de Todo dinheiro do mundo e da excelente série O homem do castelo Alto e Peter Craig de Top Gun Maverick, do novo Batman de Matt Reeves e dos dois últimos filmes de Jogos Vorazes. Do elenco original voltaram Connie Nielsen que ganhou participação importantantíssima na trama e Derek Jacobi que não fez a menor diferença de ter voltado. As novidades estão por conta do Chileno Pedro Pascal das séries O mandaloriano e The last of us, do Irlândes Paul Mescal que não fez feio em ser o protagonista dessa mega produção mas não brilhou como o esperado, e Denzel Washington que dispensando comentários, brilha como o manipulador Macrinus e entrega as melhores sequências dessa produção.
Um dos poucos erros de Ridley Scott para essa continuação é não trazer quase nada de original em termos de história. A não ser algumas incurssões no roteiro que são bem fáceis de serem deduzidas, a história é praticamente igual ao superior predecessor do ano 2000. Menos mal, Gladiador 2 está longe de ser um filme ruim e mal produzido como foram os dois últimos filmes de Ridley Scott, Napoleão e A casa Gucci. Aos 86 anos, Ridley Scott pode até estar demonstrando sinais de uma carreira cansada com mais baixos do que altos, mas não demonstra nenhum sinal de querer parar, pois atualmente ele tem nada mais nada menos do que 6 projetos em andamento como diretor. Vamos torcer para que ele consiga realizar todos.
Queria saber o porque de Ridley Scott não ter chamado novamente Hans Zimmer para também assinar a trilha sonora dessa continuação, que acredito eu, seria mais bem recebeida. Ao invés de Zimmer, o diretor chamou o compositor Harry Gregson, que não é ruim, longe disso, pois já nos entregou grandes trabalhos como O último duelo, Shrek e Chamas da vingança, mas o resultado final ficou aquém da impactante trilha assinada por Hans Zimmer no primeiro filme.
Gladiador 2 está com boa recepção pela crítica de acordo com o site Rotten Tomatoes. Cerca de 75% dos críticos estão favoráveis a essa produção. Deve fazer uma boa carreira nos cinemas, pois é um grande espetáculo cinematográfico de visual maravilhoso, motivo pelo qual tem que ser visto de prima na melhor sala em termos de som e imagem disponível na sua região.
Minha nota para esse filme é:
