Em 1984, a Hasbro, uma das 5 maiores empresas do mundo no ramo de brinquedos e jogos,  lançou uma linha de brinquedos que eram simplesmente robôs que se transformavam em todo tipo de veículos e aeronaves. Juntamente com o lançamento dos brinquedos, a Hasbro encomendou uma série animada para divulgá-los. Os transformers são basicamente seres vivos, conscientes e com uma sociedade complexa, apesar de seus corpos mecânicos. Sua origem apesar de não ter uma data correta, tem início há bilhões de anos passados com uma luta entre os deuses Primus e Unicron. Após inúmeras séries em desenho e animação exibidas na televisão a partir de 1984 e passando pelas décadas de 90 e início dos anos 2000, o produtor Steven Spielberg que despensa comentários, se juntou ao diretor Michael Bay dos Bad Boys,  para a realização da primeira aventura dos transformers no cinema. Com um orçamento de 150 milhões de dólares, o primeiro filme dos Transformers arrecadou 319 milhões só na América do Norte e mais de 700 milhões no mundo. Em 2009 a segunda parte Transformers – A vingança dos derrotados conseguiu fazer mais sucesso que seu predecessor. Custou mais, cerca de 200 milhões de orçamento, arrecadou mais de 400 milhões na América do Norte e 835 milhões no mundo. E com um filme, na minha opinião, bastante fraco. Em 2009, chega a terceira parte, com um enredo bem melhor e conseguindo passar do bilhão de dólares em arrecadação, Transformers – O lado oculto da lua. Em 2011 o elenco principal sofreu uma parcial mudança perdendo seu ator principal e trazendo um tom mais sério a série. Mudança perigosa e ousada para uma fórmula que vinha dando lucro. O resultado, Transformers – A era da extinção, mais um filme da franquia a passar do bilhão em arrecadação. O primeiro revés veio em 2017 após uma pausa de 6 anos com o pior filme da série: Transformers – O último cavaleiro que só se salvou financeiramente graças ao resto do mundo, pois com um orçamento de mais de 200 milhões “só” conseguiu arrecadar pouco mais de 600.  Com o sinal amarelo aceso, os produtores resolveram fazer uma mudança radical. O diretor Michael Bay, passou a ser produtor e o diretor Travis Knight do maravilhoso Kubo e as cordas mágicas conseguiu tirar a franquia do fundo do poço com o lançamento de Transformers – Bumblebee. Os fãs tiveram que esperar até 2023 para receber o muito esperado porém bastante fraco Transformers – O despertar das feras. O que era para ser uma junção dos desenhos dos anos 80 e das séries animadas dos anos 90 se tornou um fraquíssimo filme que deixou o público e os fãs bastante decepcionados com a franquia. Dirigido por Steven Caple Jr, de Creed II, esse novo capítulo  teve o pior desempenho de toda a série nas bilheterias mundiais, pois custou 200 milhões de dólares, arrecadou pouco mais da metade desse valor no principal mercado (EUA e Canadá) e só foi salvo pelo resto do mundo arrecadando cerca de 438 milhões.

Tudo no cinema se resume ao aproveitamento de um bom roteiro, pois muitas vezes a história, por melhor que seja, é produzida de forma errada e se torna um grande fracasso em termos de arrecadação e público. Após o fracasso do último filme, a franquia Transformers estava precisando de um tempo para se reinventar. E essa resposta veio de maneira certa, mas infelizmente no tempo errado. Transformers – O início chega aos cinemas da nossa cidade hoje, 26 de outubro em forma de animação com um dos melhores longas de toda história da franquia. Realmente, os transformers estavam precisando de uma história de origem, pois nunca havia sido contada.

O diretor Josh Cooley do muito bom Toy Story 4, se juntou aos roteiristas Eric Pearson de Viúva Negra, Andrew Barrer de Homem Formiga e a Vespa e Gabriel Ferrari de Entre tiros e beijos. 3 roteiristas de produções completamente diferentes que se juntaram e conseguiram entregar uma das melhores animações desse ano. A franquia Transformers estava precisando desse novo fôlego. Eu só acho que essa produção poderia ter esperado um aninho a mais, para que o público tivesse um descanso do último filme que deixou bastante a desejar.

Transformers – O início mostra muito bem a origem da rivalidade entre Megatron e o líder Optimus Prime. Como a amizade pode ser levada ao ódio por causa dos traumas que passamos e das dores que sofremos. Tudo funciona e se encaixa perfeitamente nessa produção. Mas, na minha opinião, o melhor é a introdução dos personagens clássicos tanto do lado do bem quanto do lado do mal que é feita de maneira natural sem forçar nada. Transformers – O início acerta em cheio no balanço de querer atingir o público fiel dos anos 80 e a criançada de hoje.

O elenco de vozes no idioma original é muito bom. Chris Hemsworth, o Thor dos filmes dos vingadores dá voz a Orion Pax, futuro líder Optimus Prime, Brian Tyree Henry do interessantíssimo Trem bala, dá vida a D-16, futuro Megatron, Scarlet Johanson a Viúva Negra dos Vingadores faz a voz da robô Elita e Lawrence Fishburne, o Morpheu da trilogia Matrix é Alpha Trion. Na versão dublada, Mauro Horta que é o dublador oficial de Chris Hemsworth continua o ótimo trabalho que vem fazendo, os globais Camila Queiroz e Rômulo Estrela dublam Scarlet Johanson e Brian Tyree Henry, respectivamente. Espero que eles tenham feito um bom trabalho, pois ainda não conferi a versão dublada e digo logo de antemão, vou sentir falta do Guilherme Brigs que era o dulador oficial do Optimus Prime desde o filme de 2007.

Transformers – O início vai estrear no Brasil uma semana após sua estreia na América do Norte e eu entendi perfeitamente a baixa arrecadação nos primeiros dias de exibição. O tempo entre o filme anterior e essa nova produção foi muito pouco. Por isso, como disse anteriormente, Transformers – O início é um filme mais do que certo para a franquia, só que veio na hora errada. Mas não tenha medo, vá conferir essa produção e procure assitir na melhor sala em termos de som e imagem disponível na sua localidade. Aqui em Fortaleza, a melhor sala para essa experiência é a sala IMAX no complexo UCI do shopping Iguatemi Bosque. Fica a dica.

Minha nota para esse filme é

Povo de Bahá: O Significado Espiritual do Número 9