Fora do ar desde 2022, Demi Moore volta em grande estilo no terror gore A substância. Para quem já ouviu a expressão gore mas não sabe o seu significado, “gore” são aqueles filmes extremamente violentos e com muito sangue. A diretora Francesa Carole Fargeat que também assina o roteiro não poupa nada e até exagera bastante nesse filme cujo tema principal é a autodestruição do próprio corpo na busca pela perfeição estética. No elenco, Demi Moore de A sétima Profecia foi a escolha perfeita para o papel de Elisabeth Sparkle, uma atriz que por estar ficando velha, mesmo que em excelente forma física, é completamente descartada por Hollywood. Após sofrer um acidente automobilístico ela é apresentada a tal “substância” do título. A partir daí sua vida entra em declínio após a criação de uma versão mais jovem, mais perfeita e bem mais ambiciosa de sí mesma que não poupará nenhum esforço para continuar jovem e bela, mesmo sabendo que não existe refeição grátis e o preço a pagar pela desobediência das regras da juventude é um preço que ela não vai poder pagar. Esse é, sem dúvida, um dos melhores trabalhos da carreira de Demi Moore. Ela mostra muito bem o descarte social que as mulheres sofrem por nossa sociedade simplesmente por envelhecer. A substância nos mostra isso de uma das maneiras mais grotescas já vistas. Um dos pouco pontos negativos, na minha opinião, a cerca dessa produção.Outro deslize cometido pela diretora, é ter entregue o corte final com 2 horas e meia de projeção. Isso torna o final um tanto quanto cansativo e exagerado em demasia. Outro ponto a ser explorado é que o machismo ainda existe sim e Dennis Quaid de Viagém insólita e Fé nas alturas também está muito bem no papel do presidente da estação de tv que só liga para o dinheiro e a audiência (como a maioria é, na vida real). Quem também está dando conta do recado, é a atriz que interpreta Demi Moore mais nova, Margaret Qualley de Seberg contra todos e Era uma vez…em Hollywood também brilha na divisão do protagonismo com Demi Moore.
Carole Fargaet nos entrega um terror com cenas fortes e intensas que, guardadas a suas devidas proporções me impactaram tanto quanto, ou mais, o filme A mosca que David Cronemberg lançou em 1986, principalmente no uso de efeitos práticos. Claro que a computação gráfica também foi usada, mas em um balanço coerente e dentro do universo apresentado pelo roteiro. Um filme com duas personagens principais e um secundário que consegue prender a atenção do espectador sem precisar introduzir mais ninguém.
A diretora nos entrega uma crítica radical aos padrões de beleza inalcançaveis que grande parte das mulheres de hoje em dia estabelecem para sí mesmas assim como também o etarismo que está presente em grande parte do entretenimento televisivo da história moderna atual. Ela também mostra como a busca pelo corpo perfeito pode fazer tanto o homem quanto a mulher entrar em um espiral de autodestruição.
Gosto quando uma diretora ou um diretor consegue inovar e nos mostrar o mais do mesmo sobre um ponto de vista interessante. Um filme que não vai agradar a todos pela violência e explicitude da violência em excesso. O excesso de cenas grotescas e demasiadamente violentas e exageradas fizeram essa produção perder alguns pontos na minha avaliação final.
Minha nota para esse filme é: