No final da década de 70, o diretor Ridley Leighton Scott mais conhecido como Ridley Scott cujo único filme lançado para o cinema até então havia sido Os duelistas fez uma parceria com o roteirista Dan O’bannon (Aliens – O resgate, O vingador do futuro e A volta dos mortos vivos) e juntos, conseguiram levar às telas de cinema do mundo Alien – O oitavo passageiro. Essa produção foi um marco e um divisor de águas no gênero ficção-terror. Ninguém havia ousado lançar um filme dessa magnitude até então. Quando todos pensavam que a coisa não poderia melhorar, veio James Cameron, sim, “O” James Cameron, de True Lies, Titanic e Avatar, que na época havia recém-saído da direção do grande mega sucesso O exterminador do futuro e conseguiu essa façanha (acho que naquela época, só ele mesmo) lançado Aliens – o regate. Uma continuação direta do primeiro filme, mas com um enfoque totalmente diferente. Dessa vez, o tempero secreto da receita foi a junção da ficção com ação e aventura. De 1986 até 2017, somente um filme e meio conseguiu chegar perto do que a franquia Alien era para o cinema. O meio filme citado a pouco foi Alien³ de 1992 do grande diretor David Fincher, que só vale a pena ser conferido na famosa “versão do diretor” que contém vários minutos a mais de filme e o torna muito mais interessante. Os outros filmes desse universo lançados nos cinemas foram: Alien 4 – A ressurreição de 1997 dirigido pelo Francês Jean Pierre Jeunet, que mesmo tendo o roteiro de Dan O’Bannon foi, na minha opinião, uma vergonha e jamais deveria nem ter saído do papel. Depois dessa coisa lançada em 1997 vieram os dois exemplares unindo os mundo dos Aliens e dos Predadores, lançados em 2004 e 2007, respectivamente. Ambos muito fracos também. Foi somente em 2012 que Ridley Scott resolveu tomar de volta as rédeas de uma cinesséria a qual ele jamais deveria ter abandonado e lançou o excelente Prometheus. Como em Hollywood a grande maioria dos projetos é movido a papel moeda, em 2017, mais uma vez dirigido por Ridley Scott, chega aos cinemas Alien Covenant que, eu comparo ao quarto filme da franquia de tão ruim. Só não ganhou essa marca porque foi mais bem produzido.

Até que em 2024, um corajoso diretor vindo de Montevidéu no Uruguai conseguiu um feito que eu achava praticamente impossível: colocar a cinessérie Alien de volta no caminho certo.  Com estreia prevista para amanhã, 16 de Agosto, Alien Romulus chegou chegando, como dizem os mais jovens e é sem dúvida um dos grandes lançamentos de ficção/terror que teremos no cinema esse ano. E aos 8 meses de 2024 já tenho 2 filmes na minha lista dos 10 mais do ano: Tuesday – o último abraço e Alien Romulus.

Continuação direta do primeiro exemplar da cinessérie, Alien Romulus consegue o feito de nos levar a mesma atmosfera e a mesma emoção de quando saímos das sessões de Alien – o oitavo passageiro em 1979. Fede Alvarez conseguiu recriar com perfeição um filme feito com todas as técnicas do cinema moderno mas fazer parecer que estamos em 1980.

Alien Romulus é o 10° trabalho de Alvarez para o cinema. Uma carreira relativamente curta que começou em 2003 com o remake de A morte do demônio e nos entregou grandes trabalhos como o primeiro capítulo de O homem nas trevas em 2016 e o interessante A garota na teia de aranha em 2018. Confesso que fiquei temeroso quando soube que Alverez havia assumido a direção desse longa pois entregar uma franquia dessa importância de um diretor com poucos trabalhos lançados foi uma decisão ousada tomada por Ridley Scott que dessa vez (Graças ao bom Deus!) entrou apenas como produtor executivo.

Para o elenco, Fede Alvarez fez a escolha certa para um filme dessa magnitude: nomes poucos conhecidos para poder gastar todo o resto do orçamento na produção, que foi de 80 milhões de dólares. E que produção. A mistura de efeitos práticos com IGC (Imagens geradas por computador) ficou perfeita.

Cailee Spaeny de Priscila e Guerra Civil encabeça o elenco e é acompanhada por David Jonsson vindo da TV em seu primeiro papel para o cinema (e deu conta do recado), Archie Renaut de Morbius e Isabela Merced de De repente, uma família, Dora e a cidade perdida e Sicário 2. Outro temor meu que foi erradicado durante a projeção por se tratar de um elenco jovem. Complementando o elenco um ator do filme clássico está de volta em um importante papel. Só não direi quem esse mundialmente conhecido ator para não estragar a surpresa.

Outro ponto fortíssimo a levarmos em consideração é o respeito que Fede Alverez teve com a obra original de Ridley Scott. E nas 2 horas que o filme tem de projeção nós vemos isso. Um motivo a mais para admirá-lo, pois isso é bastante raro na Hollywood gananciosa e altruista de hoje.

Os três atos de Alien Romulus não nos deixam entediados nem chateados com o que poderá vir a acontecer. Apenas um detalhe dessa produção nessa quase perfeita produção me deixou um pouco chateado, afetando a minha nota final, infelizmente. Detalhe esse que não posso revelar, senão seria um grande spoiler e estragaria uma das grandes cenas do filme.

Minha nota para esse filme é:

Foto Número 9 PNG -