M.Night Shyamalan é um dos cineastas mais brilhantes e inconstantes do cinema moderno. Brilhante porque já nos entregou obras espetaculares como O sexto sentido, A vila, Batem a porta, Sinais e A visita e produções de medianas para ruins como A dama na água, Tempo, Vidro, Fim dos tempos, Depois da terra e O último mestre do ar. Em sua mais nova produção, Armadilha aonde ele também assina o roteiro, ele nos entrega mais uma obra cuja premissa é interessantíssima, mas aonde o trailer estraga cerca de 55% do filme. Deveria haver uma censura contra esses trailers que acabam com as surpresas dos filmes.

Shyamalan dirige o excelente ator Josh Hartnet que praticamente carrega o filme quase que sozinho, mas é muito bem auxiliado pelas promissoras atrizes Ariel Donahue e Saleka Shyamalan(filha do diretor), ambas em seus primeiros papéis para o cinema. Completando o elenco, temos as veteranas atrizes Alison Pill (Star trek Picard, Armas na mesa e Ave, César!) e a grande atriz Britânica Hayley Mills (Encontro marcado com a morte). Que, infelizmente não é muito conhecida do grande público, pois a maioria do seu grande trabalho foi em séries para a televisão Inglesa.

Armadilha não é o pior trabalho de Shyamalan, mas também está longe de ser o melhor.  Infelizmente, o diretor mais erra do que acerta nesse filme. O trailer que estraga a surpresa, situações roteirísticas implausíveis que ficam um pouco difíceis de se sustentar e que prejudicam o resultado final pela tentativa de conserto na segunda metade do filme. Shyamalan tem um defeito crônico como diretor que é não saber mais terminar suas produções. Primeiros atos primorosos, segundos atos medianos e terceiros atos paupérrimos e por muitas vezes difíceis de engolir.

Um dos visíveis problemas com essa produção é a facilidade com que tudo acontece. Um estádio fechado aonde quase toda força policial de uma cidade está lá para capturar um assassino. Josh Hartnet não tem dificuldade nenhuma em investigar suas suspeitas. Devido a gravidade da situação, a polícia e o FBI parecem ter mandando seus soldados mais imbecis para capturar um perigosíssimo serial killer. Muita gente não gosta dessa minha frase: “Funcionaria bem melhor como uma minissérie”. Mas no caso de Armadilha acredito que seria muito mais bem recebeido se os personagens secundarios tivessem um pouco mais de tempo em tela.

Outros dois pontos positivos a termos que levar em conta é a trilha sonora dessa produção e o orçamento x resultado final. Todas as músicas apresentadas são escritas e cantadas pela filha de Shyamalan que, como citei antes não fez feio em seu primeiro trabalho para o cinema. E o orçamento de apenas 30 milhões nos fez entender algumas limitações apresentadas ao longo da produção.

Até o fechamento dessa matéria, Armadilha já havia contabilizado para os cofres da Warner cerca de 26 milhões de dólares, terminando em terceiro lugar no seu final de semana de lançamento com pouco mais de 15 milhões em arrecadação. Um resultado bem abaixo do esperado pelos executivos. Vai se pagar, com certeza, no resto do mundo e nos streamings, mas está sendo considerado mais um fiasco na instabilíssima carreira de um grande diretor e roteirista.

Minha nota para esse filme é

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