É bastante difícil e raro a adaptação cinematográfica de um livro ser melhor do que o livro no qual foi baseado. Forrest Gump – o contador de histórias, O silêncio dos inocentes, Blade Runner – O caçador de andróides, Touro indomável e O poderoso chefão são exemplos dessas excessões. Aqui, aquele velho ditado é interpretado de forma contrária: mil palavras é melhor do que algumas imagens. E não foi dessa vez que É assim que acaba quebrou essa regra. A adaptação do fenômeno mundial de vendas da autora Collen Hoover tem estreia programada para essa quinta-feira, 8 de Agosto no circuito de salas exibidoras do Brasil.
Dirigindo e também fazendo parte do elenco principal, o pouco conhecido diretor/ator/roteirista Justin Baldoni em seu terceiro trabalho para o cinema junta-se a famosíssima atriz Blake Lively de A incrível história de Adaline, Águas rasas e Um pequeno favor. Os dois fazem o par central nesse drama que tem como tema principal os relacionamentos abusivos que muitas mulheres ao redor do mundo sofrem caladas e por medo não fazem nada contra seus opressores.
Antes mesmo de estrear nos cinemas, É assim que acaba já gerou uma grande polêmica entre os fãs mais radicais na escolha do elenco. O casal mostrado nas telas é bem mais velho que o casal retratado no livro. Eu entendi perfeitamente o porque dessa escolha feita pelos roteiristas e produtores. Uma trama tão densa assim tem que ser retratada com a maturidade de um adulto e não com a inexperiência de um casal mais jovem. Até pelo fato de que a violência mostrada soe como meros “acidentes” domésticos ou crises baratas de ciúme, é preciso ter maturidade suficiente para que os sinais sejam entendidos e somente uma mulher mais velha e com uma certa experiência é capaz de enteder esses sinais. Mulheres mais jovens que recebem esses avisos realmente como “acidentes” domésticos sempre caem no conto de que é a última vez que isso acontece. E quando se dão conta do inferno que estão enfrentando, é tarde demais e as consequências disso nem sempre são satisfatórias para elas.
Ainda bem que esse “deslize” etário foi corrigido pela autora que também é uma das responsáveis pelo roteiro juntamente com Christy Hall do ainda inédito filme Daddio. Segundo palavras da própria autora, essa atualização se deu pelo seguinte motivo:”Na época em que escrevi É Assim Que Acaba, o gênero Young Adult (“jovem adulto”, em tradução livre) era muito popular. Todo mundo estava escrevendo personagens de idade universitária, foi para isso que fui contratada.Não existem neurocirurgiões de 20 e poucos anos. Quando começamos a fazer o filme, eu pensei: precisamos envelhecê-los porque eu errei”.
É assim que acaba estava programado originalmente para estrear em fevereiro desse ano, mas teve suas filmagens afetadas pela greve dos atores e roteiristas que atrapalhou muita coisa em andamento no ano passado em Hollywood, tanto no cinema quanto na televisão.
Um dos pontos positivos que chama atenção nesse filme foi a escolha da protagonista em sua versão mais nova. Isabela Ferrer foi a escolha perfeita para viver a jovem Lilly Bloom em seu primeiro trabalho para o cinema. As duas atrizes se assemelham muito fisicamente. Acerto da produção.
Agora vamos ao que não gostei muito dessa produção.
Um dos pontos que não gostei foram as músicas escolhidas. Achei a escolha fraca e músicas que destoavam um pouco da fotografia.
A interatividade entre os personagens principais não me convenceu muito. A melhor em cena, foi sem dúvida Blake Lively que mesmo sendo uma atriz singular, cumpriu bem as exigências do papel.
Mesmo com todas as polêmicas envolvidas antes mesmo da estréia e com as vindouras críticas que certamente chegarão após a estreia para o grande público, É assim que acaba deve sim fazer uma carreira sólida nos cinemas devido ao sucesso de vendas do livro. O que é bom, pois a história se divide em em duas partes e conforme o sucesso que essa primeira parte deve fazer tanto nos cinemas quanto nos streamings, É assim que começa não deve demorar muito para chegar aos cinemas.
Minha nota para esse filme é:
Já esperando o filme e, como sempre, feliz em ler sua crítica para saber o que esperar!
Ler a sua análise, me deixou mais ansiosa para assistir!